“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu
pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria
vida, não pode ser meu discípulo.
E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.
Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?
Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.
Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.”
Lucas 14:26-33
E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.
Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?
Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele,
Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.
Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.”
Lucas 14:26-33
Discípulo de Cristo pode ser definido
como aquele que acredita na sua doutrina, descansa no seu sacrifício, absorve
seu espírito, imita o seu exemplo e vive para fazer o seu trabalho.
Nos dias
atuais, embora todos aqueles que crêem em Jesus digam estarem dispostos a
seguí-Lo, na realidade poucos o fazem.
Existe
uma grande diferença entre crer em Jesus e decidir ser discípulo. Muitos estão
satisfeitos com apenas crer, mas a realidade é que Jesus nos convida a muito
mais do que isto.
Ele nos convida a seguí-Lo.
Mas,
afinal, o que significa ser um discípulo de Jesus?
Seu chamado ao discipulado não mudou e nunca mudará
até o Seu retorno.
A palavra
talmid, no hebraico, quer dizer aluno. Talmidim é o plural de talmid.
Normalmente esta expressão é traduzida de forma convencional como discípulos. O
talmid era um aluno de um dos sábios. A tarefa de um talmid era aprender tudo o
que o seu mestre tinha para ensinar.
Os
talmidim do Judaísmo no primeiro século aprendiam tudo do seu mestre, mas mais
do que isso, aprendiam a serem como o seu mestre. Eles aprendiam as histórias
contadas pelo seu mestre. Aprendiam as lições que o seu mestre ensinava.
Aprendiam a comer a comida que o seu mestre comia. Aprendiam a guardar o
Shabbat da forma que o seu mestre guardava e a fazer tsedakah (caridade) como o
seu mestre fazia. Eles aprendiam ainda a orar como o seu mestre orava, a jejuar
como o seu mestre jejuava. Aprendiam as mitzvot (mandamentos) do Eterno de
acordo com a forma em que o seu mestre as guardava.
Os
discípulos literalmente moravam com seus mestres, conceito este que para nós
ocidentais do século 21 é bem diferente. Viviam em tempo integral com seus
mestres, faziam suas refeições com ele, seguiam-no a todo lugar que fosse, e o
mestre lhes ensinava tudo o que podia. Segundo a tradição judaica, um discípulo
deveria cobrir-se do pó de seu rabino.
Ou seja,
deveria andar tão próximo ao seu rabino que o pó levantando pelas sandálias do
rabino chegaria a lhes cobrir. Em outras palavras, deveriam estar o mais
próximo possível de seu rabino a todo o momento.
Após
serem plenamente treinados, tornavam-se eles próprios mestres e faziam seus
próprios talmidim (discípulos). A tarefa principal de um talmid (discípulo) era
se tornar como seu mestre. Por isto, encontramos a seguinte frase no evangelho
de Lucas:
"...mas
todo o que for bem instruído será como o seu rabino." (Lucas 6:40)
Ou seja,
quando um talmid (discípulo) é completamente treinado, torna-se um rabino e
forma seus próprios talmidim (discípulos), os quais também devem ser treinados
para serem plenamente como o seu rabino, e depois também formarem seus próprios
talmidim (discípulos).
O
relacionamento entre rabino-talmid era um laço bastante estreito e poderoso.
Os talmidim (discípulos) consideravam seus rabinos
como tendo maior autoridade do que seus próprios pais. Era um relacionamento muito
maior e mais intenso do que qualquer relacionamento entre professor-aluno que
existe na cultura ocidental. Era uma relação como a de um servo e um mestre
(vide Matitiyahu /Mateus 10:24).
Por isto,
os talmidim (discípulos) do primeiro século se referiam aos seus mestres como
'Minha Excelência' (vide Matitiyahu / Mateus 23:7-8 no Brit Hadasha Netzari),
tratamento o qual permanece até hoje entre alguns grupos rabínicos.
Esta
relação era expressa como sendo uma relação entre pai e filho. Na literatura
rabínica, um sábio da Torah é considerado como um pai, e seus talmidim
(discípulos) são chamados de sua família. Tanto que as escolas rabínicas eram
conhecidas como 'Casas'. Por exemplo, a escola rabínica de Hillel era chamada
de 'Beit Hillel' (Casa de Hillel). É por isto que temos termos como Pirkei Avot
(A Ética dos Pais), etc.
Os sábios dizem que ao seu rabino cabe maior
deferência do que até mesmo o seu pai biológico, pois seu pai biológico é
aquele que te trouxe para este mundo, mas o seu rabino é aquele que te leva
para o olam haba (mundo vindouro) -vide Bava Metsi'a 2:11 no Talmud.
Os
discípulos de Jesus eram imperfeitos e talvez jamais fossem escolhidos por
alguém. Mas Jesus não vê como o homem, Ele olha para o coração. Porque toda e
qualquer imperfeição pode ser e é trabalhada por Ele.
Jesus
sempre prepara e capacita aqueles que estão dispostos a serem seus discípulos e
não meros seguidores. Porém, Jesus sempre alertou para as dificuldades que
enfrentariam aqueles que desejassem serem seus discípulos. Apesar de todas as
aflições, perseguições, calúnias, difamações e sofrimento que eles estariam
sujeitos a passar, Jesus disse que sempre estaria com eles em todos os
momentos.
Há privilégios reservados apenas para os
discípulos. Aqueles que decidem fazer do Senhor seu Mestre, pois são revestidos
de um poder sobrenatural. Poder este que é capaz de fazer, da sua sombra, curar
até os enfermos.
“De sorte que transportavam os enfermos para as
ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro,
quando este passasse, cobrisse alguns deles.
E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais eram todos curados. “
Atos 5:15-16
E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais eram todos curados. “
Atos 5:15-16
Quando Jesus escolheu os seus discípulos, Ele não
estava preocupado em escolher homens letrados, bonitos, com boa oratória ou
perfeitos, Jesus buscava uma característica que se faz necessária em todo
discípulo: CORAGEM! Um homem corajoso é capaz de enfrentar qualquer situação
com o seu mestre e pelo seu mestre.
Jesus
sabia que a escolha dele acarretaria na revolução espiritual de todo o planeta.
Quando Jesus escolheu aqueles doze, Ele visualizava a grande obra que aqueles
homens estariam prestes a realizar. Jesus sabia que não importava o tamanho ou
o grau de deformidade do caráter deles, mas que o estar em Sua presença poderia
transformá-los nos mais poderosos e influentes homens de todo o planeta!
Pedro, por exemplo, tinha um vigor impetuoso, uma
qualidade que o levou a cometer vários erros e quase fatais, mas quando
castigado pelo sofrimento fez dele um líder nobre e formidável. Foi da boca de
Pedro que saíram frases que surpreenderam a Jesus e as suas atitudes como se
lançar ao mar, despido, e estar sempre pronto para o seu Senhor o tornava
especial.
RENUNCIA
Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia
a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.
Lucas 14:33
Lucas 14:33
Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele:
Se vós permanecerdes na minha palavra,
verdadeiramente sereis meus discípulos;
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:31-32
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:31-32
CONHECEREIS - GINOSKO = proceder, compreender, reconhecer,
ganhar conhecimento, realizar, vir a saber. GINOSKO é o conhecimento que tem um
início , um progresso e a obtenção de algo. É o reconhecimento da verdade
mediante a experiência pessoal.
Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros.
João 13:35
João 13:35
O amor ao qual Jesus nos ordena a exercitar e praticar não são apenas
um sentimento ou uma preferência; é o que alguém faz e como se relaciona com os
outros – uma decisão, um
compromisso ou uma forma de se comportar. Cismas, disputas, críticas
indelicadas e difamação de caráter são contrárias ao espírito de Cristo. Seu amor
resulta nos melhores interesses do ser amado, e ele ordena que amemos uns aos
outros como Ele nos amou.
Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito
fruto; e assim sereis meus discípulos.
João 15:8 DISCÍPULO GERA DISCÍPULO
João 15:8 DISCÍPULO GERA DISCÍPULO
O discípulo precisa ser como o
seu mestre.
Mateus 10:25ª “Basta ao discípulo ser como o
seu mestre, e o servo como o seu senhor...”
As quatro tarefas
de um discípulo:
– Memorizar as Palavras do Rabino:
Era uma das tarefas de um talmid
(discípulo) memorizar as palavras de seu rabino. O processo de transmissão oral
era o único método praticado pelos sábios na época. A fidelidade em tal
processo deve-se à seriedade com que um talmid (discípulo) encarava tal
objetivo, e é um dos motivos pelos quais podemos confiar plenamente nos relatos
dos evangelhos a respeito das palavras de Yeshua.
Até hoje, a fidelidade no
processo de transmissão oral do povo de Israel impressiona até o mais cético
dentre os historiadores. Os grandes rabinos não escreviam pergaminhos ou
compunham livros para os seus alunos lerem e estudarem.
Ao invés disto, ensinavam
oralmente e seus talmidim (discípulos) estudavam memorizando suas palavras. O
processo de memorização em si era bastante simples, e era feito através da
repetição incessante feita pelo talmid (discípulo) das palavras do rabino.
II – Aprender as tradições e interpretações do rabino:
Era também tarefa de um talmid
(discípulo) aprender a tradição de como o seu rabino guardava as mitzvot
(mandamentos) de o Eterno e interpretava as Escrituras. Cada detalhe a respeito
do seu rabino era importante para o talmid (discípulo). O último aprendia como
o seu mestre lavava as mãos, como guardava o Shabbat, como jejuava, como orava,
como fazia tsedakah (caridade), como afixava a mezuzah, quais b'rachot
(bênçãos) recitava antes de comer, etc.
Além disto, a forma como o mestre
interpretava certas passagens das Escrituras, o significado que era extraído do
texto, os estudos por ele relatados, as parábolas e histórias contadas para
elucidar um ponto, a forma como ele explicava um passuk (versículo) ou entendia
um certo conceito – cada uma destas coisas era de importância primordial para
um talmid (discípulo).
Detalhes deste tipo não eram
apenas triviais. Para um talmid (discípulo), eram como pérolas e pedras
preciosas a serem guardadas e estimadas.
III – Imitar as ações do rabino:
Também era tarefa de um talmid
(discípulo) ser como seu mestre. O maior chamado de um talmid era o de ser um
reflexo de seu rabino. Seu objetivo era o de um dia ser tal como o seu rabino.
Um talmid (discípulo) estudava
não apenas para obter o conhecimento de seu rabino, mas também para aprender
como agir, como falar, e como responder exatamente como seu mestre faria. Um
talmid (discípulo) estudava para fazer tudo aquilo que seu mestre fazia.
A passagem de Lucas citada no
início deste estudo ilustra este conceito.
IV – Formar outros talmidim (discípulos):
A última e mais importante tarefa
de um talmid (discípulo), quando seu treinamento fosse concluído, era a de
formar seus próprios discípulos. Ele deveria criar uma geração de novos alunos
para transmitir as palavras que seu rabino lhe havia dito, as quais foram
memorizadas por ele, e que também deveriam ser memorizadas por seus próprios
talmidim (discípulos).
A função dele era a de transmitir
aos seus talmidim todas as tradições, interpretações, ações e comportamentos de
seu rabino, sendo para eles um modelo perfeito daquilo que seu rabino havia
sido. O objetivo era passar a tocha do discipulado de geração em geração. Ou
seja, cada talmid (discípulo) tornava-se um professor, um rabino, um mestre e
um pai para uma nova geração de talmidim (discípulos).
Estas funções descrevem o
contexto cultural da instituição do discipulado nos evangelhos. Quando Yeshua
chamou os seus talmidim (discípulos), o chamado oferecido foi justamente de
realizarem as quatro tarefas acima. Era assim que os seus talmidim (discípulos)
teriam entendido o chamado do mestre.
O chamado de Jesus para seguí-lO é para todos aqueles que O amem à ponto de deixar ou até abdicar de qualquer coisa para imitá-lO. Sabendo que a caminhada, em alguns momentos, poderá ser árdua, mas repleta de paz, alegria, consolo e esperança no Salvador!
Fiquem com Deus,
Pra. Creyce Tostes