Pr. Fabrício Tostes

quarta-feira, 4 de julho de 2012

“O justo viverá pela sua fé”. Habacuque 2:4


O nome Habacuque significa “Abraço” ou significando que ele foi “abraçado por Deus” e, desse modo, fortalecido por ele para sua difícil tarefa.
Habacuque viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá onde o mundo localizado ao redor de Judá estava em guerra.
Esta referência é um dos maiores pilares da fé; ela não somente aparece diversas vezes no N.T, mas também inflamou a Reforma. Literalmente se lê: “O justo, na (ou por) sua fidelidade (firmeza, consistência, crença, fé), viverá.”
Viverá = chayah (hebraico) significa: viver, estar vivo, estar preservado; florescer, desfrutar a vida, viver em alegria; respirar, estar com vida, estar animado, recuperar a saúde, viver continuamente.
A ideia fundamental é “viver” e “respirar”. Respirar é a evidência da vida no conceito hebraico.
Existem três palavras especiais para a Filosofia.
 A primeira vem do grego ‘alethéia’, = significa descobrimento , quando os gregos mencionavam esta palavra alethéia eles queriam chegar a uma verdade, mas uma verdade descoberta pela razão;
a segunda vem do latim ‘veritas’ =  também significa verdade, mas um tipo de verdade assumido pelos fatos, pela comprovação dos fenômenos;
terceira vem do hebraico ‘emunah’ = também significaria verdade, porém a busca da verdade pela confiança.
Curiosamente, apesar do conceito de fé existir nas escrituras desde os primeiros dias da raça humana, a palavra "fé", do hebraico "emuná", só é traduzida pela primeira vez nas escrituras, com este sentido, no livro de Habakuk conforme aparece abaixo: 
"Eis aqui um soberbo, sua alma não é reta nele; e um justo (que) em sua fé viverá".
palavra hebraica "emunáh" traz em si diversos significados, que de forma alguma estão separados da fé, quais sejam: veracidade, sinceridade, honradez, retidão, fidelidade, lealdade, seguridade, crédito, firmeza e verdade. Diante de todos estes significados, podemos compreender melhor as razões pelas quais o Criador Adonai nos diz que sem "emunáh" é impossível agrada-lO.
"Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem". - Hebreus 11:1

Não creio que possa haver melhor definição para a fé do que as próprias escrituras nos fornecem em Hebreus.

Fato é uma verdade absoluta, real, existente, inequívoca, incontestável, declarada.

"No princípio era o "Davar" (verbo ou palavra), e o "Davar" estava com Deus, e o "Davar" era Deus. Ele estava no princípio com ULHIM. Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez". - João 1:1-3
Este texto nos mostra que todas as coisas foram criadas por Ele. Isso já nos esclarece que qualquer coisa que exista e seja real, inequívoca, verdadeira, concreta, seja física ou espiritual, foi criada por Ele. Ora, o texto ainda vai além disso. Ele diz que "sem Ele, nada do que foi feito se fez", o que nos esclarece, mais ainda, quanto ao fato de não haver mais de um Criador, ou fatos reais existentes feitos por outro que não Ele somente. Podemos resumir este texto de uma forma bem simples dizendo: Tudo o que existe e é real, seja material ou espiritual, foi criado por Adonai somente, e por mais ninguém.
É maravilhoso notar que, sendo Adonai a Palavra, Ele traz à existência aquilo que não existe, tornando-o fato. Antes dEle falar, não há nenhum fato. Depois que Ele fala, o fato passa a existir como realidade concreta, seja material ou espiritual. Ora, a fé é a convicção de fatos, logo, a fé deve vir após o fato, e nunca antes dele.
Jesus anunciou, durante os anos de Seu trabalho na terra, que haveria de morrer, mas que ressuscitaria. Quando anunciaram a Tomé a Sua ressurreição, Tomé reagiu com muita dúvida sobre o fato. Chegou até a dizer que se não visse Suas mãos e o Seu lado furados pelos cravos e pela lança, de modo algum creria. Jesus Se mostrou a ele, em total ternura e longanimidade, porém deixou claro a ele o seguinte: "Porque Me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram, e creram". - João 20:29. Ficou claro para Tomé, e para todos nós, que Jesus não o considerou bem-aventurado, uma vez que ele precisou ver para crer. Isso não é fé, mas sim constatação visível ou palpável. Nisso está a diferença entre crer e ter fé. Temos fé quando não precisamos ver para poder crer. Não temos fé quando precisamos ver para poder crer. A fé é a convicção de fatos QUE SE NÃO VÊEM. 
Crer após ter visto, não é fé. Para o que crê, nenhuma evidência é necessária. Para o que não crê, nenhuma evidência é suficiente.
Pedro andando por sobre as águas teve uma atitude de fé mas logo a dúvida apareceu e ele começou a afundar.
A fé opera pela certeza e pela convicção, mas jamais pela dúvida. O simples fato de Pedro começar a afundar foi indício suficiente para Jesus lhe perguntar: "Por que duvidaste?". Contudo, o pior de tudo mesmo foi ouvir Jesus: "Homem de pouca fé" 
E teve também um homem  a que Jesus elogiou por sua fé e disse que em toda Israel jamais havia visto um homem com”tamanha fé” – que foi o centurião.

A fé como critério de justificação para a salvação eterna.
  Segundo o próprio Jesus:
"Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que Eu sou, morrereis em vossos pecados". - João 8:24

"Quem crer e for imerso (batizado) será salvo; mas quem não crer será condenado". - Marcos 16:16

"Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a Minha palavra, e crê nAquele que Me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida". - João 5:24

"Porquanto esta é a vontade de Meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nEle, tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia". - João 6:40

"Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê tem a vida eterna". - João 6:47

"Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em Mim, jamais morrerá. Crês isto?" - João 11:25-26
  Segundo os apóstolos:
"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei". - Romanos 3:28

"Porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como justiça" - Romanos 4:5

"Ora, sem fé é impossível agradar a Adonai; porque é necessário que aquele que se aproxima de Adonai creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam". - Hebreus 11:6
"Porque: Todo aquele que invocar o Nome de Jesus será salvo. Como pois invocarão Aquele em Quem não creram? e como crerão nAquele de Quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? assim como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam boas novas! Mas nem todos deram ouvidos à Preciosa Mensagem; pois Isaías diz: Adonai, quem deu crédito à nossa pregação? Logo a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Jesus, o Messias". - Romanos 10:13-17

A fé entra em nossos corações pelos ouvidos, e não pelos olhos. Não é vendo que cremos, mas sim ouvindo. É claro, precisamos entender que quando dizemos que a fé entra no coração pelos ouvidos, e não pelos olhos, o que estamos realmente dizendo é que não podemos e não devemos ver os fatos para crer neles, mas apenas tomar conhecimento sem ver, para então termos fé.

A submissão à palavra de Jesus é composta de duas partes muito importantes: A primeira parte é dar crédito. A segunda parte é retirar a dúvida.
A melhor figura para me auxiliar a explicar esta questão é a do copo que tem areia até a metade, e o resto está com água. De nada adianta colocar mais e mais água nesse copo, porque ele não ficará mais cheio de água do que já está. Para que ele tenha mais água dentro dele é preciso que se retire areia primeiro. É muito interessante atentar para o ensinamento de Jesus aos seus discípulos quando, após um fracasso, eles Lhe pedem para que sua fé seja aumentada. Jesus conduz a conversa para um grão de mostarda, a menor de todas as sementes, algo que é muito pequeno em tamanho, mas com poder de operar coisas muito grandes. A questão que fica muito clara é que não se trata de qual "quantidade", mas sim de qual "qualidade". Se a fé for realmente fé, com 0% de dúvida, um grão de mostarda é suficiente para operar grandes coisas. E aqui nós vemos a diferença entre crença e fé, porque crer é dar crédito a um fato, e duvidar é retirar crédito desse fato. Fé é quando damos crédito a um fato, sem retirar nenhum crédito desse fato. A dúvida enfraquece sobremodo o poder espiritual, pelo fato de que contamina a crença, criando percentuais de crença e dúvida, o que desfaz a integridade e desfaz a fé. Crença e dúvida, misturados em quaisquer percentuais, não é fé, por definição. 
À primeira vista, sempre que falamos de algo "além das escrituras", ficamos receosos de onde estaremos pisando. Isso é natural. As escrituras são nossa mais sólida base de fé, pois é um amplo relato fiel de fatos. Contudo, a fé realmente vai muito além das escrituras, por algumas razões importantes: 
  Algumas das pessoas mencionadas nas escrituras por sua fé, jamais tiveram qualquer contato com as escrituras. Abel, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José são exemplos disso. Seu relacionamento com Adonai é que lhes proporcionava o conhecimento dos fatos sobre os quais poriam sua fé.
  Em muitas situações do nosso dia-a-dia não poderemos encontrar nas escrituras algum texto que ensine ou mostre os fatos exatamente como eles se apresentam no momento. Nestas situações de nossas vidas é que se torna muito importante entendermos que as escrituras servem para nos conduzir a um relacionamento pessoal e íntimo com Adonai, por meio da fé em Jesus, o Messias, tendo em nós a habitação do Espírito Santo.
Todas as pessoas que viveram pela fé antes das Sagradas Escrituras existirem, o fizeram através da intimidade que tinham com Adonai, intimidade esta que era guardada e zelada, pois o "ouvir" de Adonai é que lhes permitia agir segundo a fé. A grande promessa de Adonai para Seus filhos foi pronunciada por Jesus, o Messias, assim: "Se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai Celestial dará o Espírito Santo àqueles que O pedirem". - Lucas 11:13
Em primeiro lugar, está o fato.
Em segundo lugar vem a fé.
Em terceiro lugar vem a experiência.
Emunah é a verdade para os filhos de Israel, traz como significado a capacidade de tornar real uma promessa. Relaciona-se com a ideia de que a verdade é uma promessa que iria se tornar realidade. É uma palavra que conecta o futuro ao presente; traz a certeza presente de que o futuro prometido, por um pacto de Aliança é inexorável.
A palavra “emunah” tem a mesma origem da palavra “amém”, que significa “assim seja”.


Pr. Fabrício Tostes.

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